quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Academia de Talentos do Projecto Tu Kontas

As crianças e jovens da Academia de Talentos do Projecto Tu Kontas (+ ainda) estão de parabéns pela participação e apresentação da peça de teatro "Travessias", na GALA SOLIDÁRIA que teve lugar no Cinema-Teatro Joaquim d´Almeida.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

domingo, 4 de novembro de 2012

Praxis diária de um músico - Introdução

A praxis criadora é aquela cuja criação não se adapta plenamente a uma lei previamente traçada e culmina num produto novo e único. Assim, a prática pedagógica criadora só se dará na perspectiva de um diálogo constante entre os sujeitos educacionais, que vão identificando os problemas e encontrando soluções numa acção permanente da consciência que vai redefinindo o caminho; num processo colectivo em que as acções entre os sujeitos da educação, guiadas pela consciência, vão possibilitar uma interacção entre o ideal e o real, entre a finalidade encontrada e as resistências do contexto, para ir reconfigurando a realidade e redefinindo os objectivos em busca da finalidade.
A praxis humana pressupõe uma intencionalidade que é encontrada na concepção de música como forma simbólica ou discurso “[...] o ato de dar forma à música é uma tentativa intencional de articular significado” (SWANWICK, 1993, p.29).

A prática instrumental faz parte da rotina diária daqueles que desejam adquirir ou manter suas capacidades musicais. No entanto, não basta debruçar-se por tempo indeterminado numa actividade específica, pois, a quantidade de horas acumuladas não garante por si só um óptimo desempenho. Uma performance instrumental bem sucedida depende também da forma como se conduz as sessões de prática, pois a qualidade deste momento pode interferir directamente no desempenho do instrumentista (Pearce, 2004).
Mais do que despender horas em exercícios repetitivos, a prática diária requer disciplina, motivação, estabelecimento de padrões pessoais visando compromisso com as metas pretendidas, o que demanda desenvolvimento de competências cognitivas. Portanto, uma sessão de prática consistente envolve planeamento, estabelecimento de metas e estratégias adequadas que possibilitem ao músico a oportunidade de alcançar os seus objectivos, assim como, capacidade para diagnosticar falhas e corrigi-las (Woody, 2004).
Nesta perspectiva, o instrumentista deve ter como objectivo equipar-se com ferramentas intelectuais, auto crenças e capacidades reguladoras ou capacidade para organizar e promover a própria aprendizagem. Professores que promovem estas capacidades autorreguladoras entre os seus alunos de instrumento estão a contribuir não só para que eles percebam que o seu comportamento influencia o seu desempenho, mas também para que cada um deles “repense e resgate o seu compromisso pela sua própria aprendizagem” (Costa; Boruchovitch, 2006, p. 102).

Introdução de uma conferência sobre a Praxis diária de um Músico realizada na ESART Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Ilídio Massacote

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Atelier de Artes do CRAM




ESTÁ CRIADO O ATELIER DE ARTES DO CRAM
PORQUE A ARTE NÃO EXISTE. A ARTE SOMOS NÓS

Após vários meses de reuniões, podemos, agora, anunciar a abertura do ATELIER DE ARTES do CRAM, no próximo dia 10 de Novembro, pelas 15 horas, nas instalações do Museu Municipal, com a inauguração de uma exposição de pintura e escultura “ A ARTE NÃO EXISTE. A ARTE SOMOS NÓS”, e que ficará patente até ao final do ano.
Abertas as inscrições, através do contacto com a Secretaria do CRAM, avancemos com uma síntese das principais linhas orientadoras da sua criação.

O conceito que preside à instalação de um Atelier de Artes no corpo das atividades do CRAM-Conservatório Regional de Artes do Montijo é o de um Atelier aberto à participação de todos os interessados, jovens ou mais idosos, que queiram participar na aventura da aquisição de saberes no vasto domínio do mundo das artes que vai da pintura, à escultura, com passagem pela fotografia e vídeo, no que estas linguagens podem ter de complementar, com vista a um único fim: descobrir o Belo que se esconde nos mais inimagináveis lugares e situações do nosso quotidiano.

Como forte motivação na adesão a este projeto, os alunos aderentes ficarão a saber, desde a primeira hora, que o fruto do seu trabalho não vai ficar cingido às quatro paredes da sala de aula, antes e numa programada calendarização, dará muitos dos seus passos num estreito contacto com o quotidiano socioeconómico e cultural da comunidade montijense. Um dos principais objetivos, senão mesmo o mais importante, é poder vir a intervir, de forma consolidada, na sua qualificação seja numa fábrica, numa repartição pública, num espaço comercial ou, mesmo, num espaço do domínio público, por exemplo, um jardim ou uma praça.

As primeiras aulas serão destinadas a promover não só o conhecimento dos alunos entre si, como, a reconhecerem e partilharem qual o conceito e que experiências têm da Arte nas suas vidas.
Nas primeiras aulas, os alunos são convidados a trazerem uma fotocópia a cores daquele que consideram o mais antigo e significativo desenho da sua longínqua infância. A surpresa com o que vai ser feito a partir desse desenho será estruturante para a elaboração de um dos vários trabalhos finais.
Do ponto de vista da aquisição de alguns conhecimentos científicos abordaremos algumas das fases mais importantes do percurso humano na sua viagem para tornar os dias mais belos e interessantes.
Uma viagem que nos levará à arte rupestre das cavernas, passando pelo esplendor do Renascimento, à revolução industrial e aos movimentos cubistas, surrealistas, dadaístas, todos, numa palavra, que ousaram questionar todos os caminhos seguidos até então, para nos demorarmos nos desafios que, com o advento das novas tecnologias, estão hoje criados à humanidade.
Serão convidados a participar no atelier para falarem da sua experiência, desde artistas plásticos de renome, das diversas áreas acima referidas, como simples artesãos ou artistas populares do concelho do Montijo ou arredores.
Os alunos farão, igualmente, visitas de estudo que os colocarão não só a realizar um levantamento do património edificado, como a descobrir o que há de relações de arte em dimensões que lhes passam ao lado como por exemplo: que dimensões de arte são possíveis de descobrir, desde a pintura de um barco, até à arte de pescar o peixe que nos chega à mesa. No regresso ao atelier da visita, por exemplo, de uma velha fábrica abandonada, todos os materiais recolhidos serão objeto de criativa intervenção plástica.
Mas não só o passado concentrará a nossa atenção: será possível na sequência da visita a uma moderna fábrica, descobrir espaços que poderão ser melhorados e cujas soluções poderão ser elaboradas pelo trabalho de grupos criados para o efeito, com vista a apresentar à direção dessa fábrica propostas de intervenção.

Mas iremos mais longe. Vamos conceber “performances de rua” que têm como objetivo desafiar e envolver a comunidade montijense a participar, seja pela realização de painéis coletivos, seja, simplesmente, pela encenação de jogos de cor, seja integrando outras programadas intervenções de rua articuladas com alunos de Dança e Música.
Não é possível ter ainda a caracterização etária dos alunos mas a aposta é mesmo possibilitar a criação de turmas que apostem numa distribuição equilibrada do arco etário, por forma a tirar partido da riqueza de experiências e vivências de cada um. À irreverência dos mais novos, juntaremos a sabedoria e maturidade dos mais velhos e, como numa paleta de cores, resultará, por certo, um produto final no qual todos se vão rever.
Não são fáceis os dias que vivemos mas a Arte também pode ajudar a olhar para a realidade de uma forma mais otimista. Não lhe cabe dar as soluções mas pode ajudar a resolver alguma parte dos problemas, aquela em que intervém o melhor de nós: uma consciência capaz de arrancar à adversidade as energias que convoquem toda a criatividade de que somos capazes para a afirmação de uma outra e mais renovada cidade. No stress em que vivemos, algumas horas por semana podem significar mais e melhores anos de vida.

Venha viajar pelo fantástico mundo das artes com os pés bem assentes na nossa terra!
Cá vos esperamos!
António Colaço